Medo do desemprego em Fortaleza salta 8,7 pontos

O medo de perder o emprego entre os trabalhadores da Região Metropolitana de Fortaleza aumentou em março ante fevereiro. De acordo com o Índice de Medo do Desemprego da População de Fortaleza, a taxa passou de 121,4 pontos no mês passado para 130,1 pontos neste mês. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (3) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

Esta é a segunda alta consecutiva do Índice, que também avançou 10,1 pontos em fevereiro ante janeiro. De dezembro para o primeiro mês de 2017, o medo do desemprego havia caído 8,9 pontos. O Índice de Medo do Desemprego é medido em uma escala semântica que varia de 0 a 200, sendo menos de 50 pontos considerado baixo, de 50 a 100 pontos moderado, de 100 a 150 pontos, alto e, acima de 150 pontos, é considerado muito alto.

O salto do Índice é ainda maior quando se leva em consideração a comparação entre março deste ano e março de 2016, quando a taxa estava em 104,8 pontos. Assim, o Índice teve alta de 25,3 pontos. Para o presidente em exercício da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, o resultado é preocupante. "O ano passado foi crítico. Foi um ano no qual colocava-se sempre que viriam dias melhores, mas aí hoje nós temos um receio maior de perder o emprego".

Para ele, a propagação desse medo é uma questão de "comunicação". "Esse medo vai para o lado empresarial, que fica com medo de investir. É preciso trabalhar cada vez mais e ter pensamento positivo".

Mulheres e jovens

De acordo com a pesquisa, as mulheres estão mais temerosas em relação ao desemprego. Enquanto a taxa entre os homens é de 114,4, entre as mulheres, o índice chega a 143,1, próximo aos limite de 150 pontos, quando passa a ser considerado muito alta. "Ela (a mulher) é quem muitas vezes vai suprir a casa e é emotiva, então é provável que seja por esse motivo".

Além disso, o medo também tem se mostrado mais presente entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos (143,3 pontos). Na faixa entre 25 e 34 anos, o índice ficou em 132,1 pontos e, entre os entrevistados com mais de 35 anos, o índice registrado foi de 124,8 pontos. "Essas pessoas geralmente estão no primeiro emprego, então elas se sentem mais inseguras. Uma pessoa mais antiga dentro da empresa muitas vezes já passou por essa experiência do desemprego, já sabe como é", explica Filizola.

Os fortalezenses com nível médio também são os mais temerosos (137,6 pontos). O grupo com renda abaixo de cinco salários mínimos também detém a maior taxa de medo do desemprego: 123,7 pontos.

Fonte - Diário do Nordeste

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