Economistas revelam queda no otimismo

A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE), realizada pela Fecomércio-Ce e Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), revela, na sua décima nona edição, que ocorreu uma queda no otimismo dos analistas cearenses em três índices: de percepção geral (115,3 pontos), futura (124,4 pontos) e atual (106,0). A redução no otimismo, que já era pequeno, decorre da dinâmica política do país que mais uma vez impactou negativamente nas expectativas dos consultados.

Com periodicidade bimestral, a pesquisa colheu no período maio-junho as expectativas de 130 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.

A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo.

Assim como na pesquisa anterior, os analistas revelaram otimismo em sete das nove variáveis investigadas: taxa de inflação (169,8 pontos), taxa de juros (163,4 pontos), cenário internacional (130,7 pontos), evolução do PIB (122,8 pontos), gastos públicos (121,3 pontos), taxa de câmbio (106,4 pontos) e oferta de crédito (104,5 pontos).

Os analistas revelaram pessimismo com apenas duas variáveis: nível de emprego (91,1 pontos) e salários reais (53,0 pontos), que atingiu, mais uma vez, a menor pontuação. Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral alcançou 115,3 pontos, uma variação negativa de 2,7% no otimismo em relação à pesquisa anterior.

Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa mostra uma redução de 3,2% no otimismo dos analistas. Ademais, cabe destacar que a percepção sobre o desempenho presente das variáveis também registrou queda no otimismo (de 2,1%), alcançando 106,6 pontos contra 109,0 pontos da pesquisa anterior.

Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

 

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