25.01.2018|Relator admite 'pacote de mudanças' em Reforma
Sem voto suficiente para aprovar a reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), admitiu ontem (24) a negociação de um "pacote de mudanças" em troca do apoio de parlamentares ao texto. As alterações em negociação são exatamente aquelas que podem beneficiar grupos específicos, como servidores que pretendem receber aposentadoria integral e policiais em busca de regras diferenciadas.
Ainda sobre a reforma, o presidente da República em exercício, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), encontrou-se por cerca de duas horas com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, na manhã de ontem, 24. Ao sair do encontro, o deputado disse que a reforma da Previdência e o salário dos juízes foram os assuntos tratados no encontro com Cármen. "Conversamos tanto sobre a reforma da Previdência como sobre a discussão do projeto de lei que regulamenta a questão do extra-teto dos salários", disse Maia, acrescentando que o presidente da Associações dos Magistrados Brasileiros, Jayme de Oliveira, também participou da reunião.
Temer defende reforma
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente Michel Temer aproveitou o Dia do Aposentado, celebrado ontem, para defender a reforma da Previdência e dizer que sem ela o Brasil pode sofrer consequências graves, como ocorreu na Grécia e em Portugal, onde os aposentados tiveram o benefício reduzido.
O vídeo é divulgado enquanto o presidente está em Davos, na Suíça, onde, para uma plateia esvaziada, a ponto de a organização do evento ter colocado biombos escondendo parte das fileiras vazias, o presidente Michel Temer discursou, e expôs sua agenda de reformas sob o mote "O Brasil está de volta".
Momento positivo
Também no fórum, o ministro Meirelles (Fazenda) disse que o momento é "muito positivo" para o Brasil, que atravessou a maior recessão de sua história. "A economia brasileira está tendo boa performance e isso é resultado de uma série de reformas", disse. Ele repetiu que espera que a reforma da Previdência seja aprovada em fevereiro pelo Congresso Nacional. "Felizmente, a evolução mostra que as reformas estão sendo conduzidas e implementadas, estão indo bem. A economia brasileira está tendo boa performance e isso é resultado de uma série de reformas", afirmou.
Déficit de R$ 130 bilhões
Meirelles previu ainda que o déficit primário no Brasil ficará perto de R$ 130 bilhões em 2017. O valor fechado será divulgado no próximo dia 30 e é bem próximo da versão original que constava no Orçamento, de R$ 129 bilhões. A meta fiscal atual permitia um rombo de até R$ 159 bilhões, valor também previsto para 2018, mas o ministro enfatizou que o valor que será conhecido no fim do mês tem grandes chances de ficar abaixo de R$ 130 bilhões. "É possível, não estou dizendo que será abaixo", pontuou o ministro.
Durante discurso no mesmo evento, o presidente da República, Michel Temer, havia dito que o déficit fiscal primário em 2017 ficou bem abaixo da meta e das expectativas. O resultado que será divulgado, conforme Meirelles, será "muito positivo". "É extraordinário, sem dúvida", disse, em relação à trajetória de baixa em relação aos últimos anos.