71,1% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida

A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, para o mês de abril, aponta que 71,1% dos consumidores fortalezenses possuem algum tipo de dívida. Apesar do índice ter vindo -0,6 pontos percentuais abaixo do indicador do último mês de março (71,7%), a taxa de consumidores com dívidas em atraso e a inadimplência potencial tiveram crescimento, indicando uma piora na qualidade do crédito.

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu +3,9 pontos percentuais, passando de 20,6% dos consumidores em março, para 24,5% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (24,9% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (26,3%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (25,5%).

O tempo médio de atraso é de 68 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 58,0% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 36,6%, seguido da contestação das dívidas (9,9%).

Comprometimento da renda
Em Fortaleza, 71,1% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 80,4% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 16,3%; carnês e crediários, com 8,5%; empréstimos pessoais, com 6,6%.

O consumidor utilizou o crédito para:
Consumo de itens de alimentação (57,1% das respostas)
Realização de despesas de educação e saúde (37,7%)
Aquisição de eletroeletrônicos (37,1%)
Compra de artigos de vestuário (32,1%)

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.393, com prazo médio de sete meses, comprometendo 39,6% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, aumentou +2,1 pontos percentuais, passando de 8,0%, em março, para 10,1% neste mês.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 11,5%), com idade entre 25 e 34 anos (11,7%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (11,1%).

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 76,1% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,5% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 10,5% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:

• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 40,1%;
• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 26,8%;
• Redução dos rendimentos, com 22,4%;
• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 20,0%;
• Gastos imprevistos, com 17,7%;
• Compras antecipadas, com 11,3%; e
• Desemprego, com 11,2%.

Saiba mais
O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio-CE foi criado para suprir a ausência de informações práticas e de dados estatísticos confiáveis que auxiliassem as ações de planejamento e de desenvolvimento das empresas do segmento de comércio de bens, serviços e turismo. O Instituto realiza e desenvolve pesquisas, sobretudo, de viés econômico, fornecendo dados referentes ao comportamento do consumidor, a situação econômica do comércio local e as tendências de mercado e de consumo dos fortalezenses.

A pesquisa de Endividamento é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local. Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento
Financeiro e Orçamento Familiar. Mensalmente, cerca de mil consumidores da região metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.

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