Cresce estimativa de trabalhos temporários no Ceará

Como estratégia de reforço no fim do ano, muitas empresas contratam profissionais temporários para atender a demanda de vendas. Vendedores, caixas, empacotadores e recepcionistas estão entre as principais funções ofertadas pelo comércio e, para quem está desempregado, pode ser a chance de voltar ao mercado de trabalho.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), estima que sejam gerados 6.500 postos de trabalhos temporários de setembro a dezembro deste ano. O número é superior ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 2 mil contratações, e ao ano de 2016, que teve 3.300.

De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio-CE, Maurício Filizola, a estimativa pode ser observada a partir da Pesquisa do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), na qual os consumidores se mostraram otimistas para ir às compras. “Esse foi o melhor índice de confiança desde 2015 e sinaliza que, para aproveitar o momento de otimismo econômico do consumidor, o mercado precisa se preparar, ofertando mais vagas de trabalhos temporários e aumentando o estoque”, explica.

A concentração de compra no período de festividades como Natal e Ano Novo é comum no calendário do comércio, segundo Filizola, tendo sido interrompida nos últimos anos devido aos efeitos da crise econômica. O presidente da Federação destaca ainda a importância dessas vagas como porta de entrada para muitos jovens na conquista do primeiro emprego. “O trabalho temporário ajuda jovens entre 18 e 24 anos a ganhar experiência no currículo e alcançar uma efetivação”.

CNC

O Ceará está na direção contrária do cenário nacional na geração de trabalhos temporários. Conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Natal deste ano deverá registrar queda, tanto nas vendas quanto na abertura de vagas temporárias. A Confederação estima a contratação de 72,7 mil trabalhadores temporários, o que representa recuo de 1,7% em relação aos 73,9 mil postos criados no ano passado.

De acordo com a CNC, a desaceleração da economia diante do cenário de incertezas do segundo semestre deverá levar as vendas do varejo a crescer menos no Natal de 2018 (+2,3%) do que no de 2017 (+3,9%), resultando em uma movimentação de R$ 34,4 bilhões.

Os maiores volumes de contratação deverão se concentrar no segmento de vestuário (47,9 mil vagas) e no de hiper e supermercados (11,5 mil vagas). Além de serem os “grandes empregadores” do varejo – juntos eles representam 42% da força de trabalho do setor –, esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas.

Voltar