Pesquisa aponta aumento do endividamento em julho

A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada em julho de 2017, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), revela que 67,9% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio +2,1 pontos percentuais acima do indicador do último mês de junho (65,8%) e superior ao índice de julho do ano passado (64,0%).

A proporção dos consumidores com contas ou dívidas em atraso teve aumento de +0,5 pontos percentuais, passando de 22,4%, em junho, para 22,9% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais os homens (24,1% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade ente 25 e 34 anos (25,6%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (23,8%).

O tempo médio de atraso é de 71 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 65,2% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento de pagamentos, por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 33,6%, seguido da contestação da dívida (12,1%).

Comprometimento da renda
Em Fortaleza 67,9% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 85,2% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 11,4%; carnês e crediários, com 7,4%; eempréstimos pessoais, com 7,1%.

De acordo com a pesquisa, o consumidor utilizou o crédito principalmente para consumo de itens de alimentação (62,4% das respostas); realização de despesas de educação e saúde (39,6%); aquisição de eletroeletrônicos (36,0%); e compra de artigos de vestuário (35,0%).
O levantamento informa ainda que o valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.460, com prazo médio de sete meses, comprometendo 34,6% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Inadimplência potencial
Já a taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve aumento de +1,6 pontos percentuais, passando de 8,8%, em junho, para 10,4% neste mês. O resultado, porém, é inferior à taxa de julho do ano passado (11,8%), mantendo a tendência de queda do indicador.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo masculino (inadimplência potencial de 12,1%), com idade
entre 25 e 34 anos (11,5%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (11,6%).

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 76,5% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 12,9% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 10,6% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 36,6%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 32,7%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 25,2%; redução dos rendimentos, com 21,3%; compras antecipadas, com 17,3%; e desemprego, com 14,7%.

Saiba mais
O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio-CE foi criado para suprir a ausência de informações práticas e de dados estatísticos confiáveis que auxiliassem as ações de planejamento e de desenvolvimento das empresas do segmento de comércio de bens, serviços e turismo. O Instituto realiza e desenvolve pesquisas, sobretudo, de viés econômico, fornecendo dados referentes ao comportamento do consumidor, a situação econômica do comércio local e as tendências de mercado e de consumo dos fortalezenses.

A pesquisa de Endividamento é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local.
Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento Financeiro e Orçamento Familiar. Mensalmente, cerca de mil consumidores da região metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.

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