Diário do Nordeste | 22.11.17 |Endividamento sobe, mas renda está menos comprometida

A situação financeira dos consumidores de Fortaleza tem melhorado aos poucos, acompanhando os resultados positivos da economia que começam a aparecer. O comprometimento da renda das famílias em novembro caiu 1,1 ponto percentual em relação a outubro, saindo de 37,8% para 36,7% do orçamento. Apesar do progresso, o número de pessoas endividadas deu um salto de 6,5 pontos percentuais, chegando a 69,6% dos consumidores, maior patamar desde dezembro do ano passado.

O aumento do endividamento, no entanto, não significa necessariamente uma piora na vida financeira da população. É o que revela o Perfil de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgado ontem (21) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio, afirma que o índice subiu devido à melhora no poder aquisitivo dos fortalezenses. "A princípio, o número passa a sensação de que a situação piorou. Mas, na verdade, todos aqueles que têm que pagar água, luz, condomínio, parcela do cartão de crédito, entre outros, estão incluídos nesse grupo que chamamos de endividados, mas não significa que eles estão com as contas em atraso ou que não vão pagar", esclarece. Ela destaca que o indicador é um ponto positivo para o comércio, pois sinaliza que o consumidor está comprando mais.

A queda no percentual de comprometimento da renda familiar é considerado um ponto positivo também, pois revela que o consumidor não está comprando mais do que pode pagar. "Essa redução é um fator muito positivo, mas é preciso salientar que, mesmo com o decréscimo, ainda é uma porcentagem alta. O ideal seria o comprometimento não passar de 30%", ressalta Cláudia. A pesquisa revela ainda que o tempo médio em que a família passa com o orçamento comprometido com dívidas futuras é de sete meses.

Contas

Cláudia Brilhante afirma que o que preocupa mais é o índice de potencial inadimplente, que são aqueles que estão desempregados, que acumulam dívidas muito altas e não tem como pagar. "Felizmente, essa taxa não variou entre outubro e novembro, permanecendo em 9,8%", diz.

Outro indicador que apresentou elevação em suas taxas no mês de novembro foi o de consumidores com contas em atraso, que apresentou o segundo avanço consecutivo, indo a 24,2%. O valor médio das dívidas ainda é elevado (R$1.326) e a média de tempo em que as contas permanecem em atraso é de 62 dias. "Esse já era pra estar mais baixo, em R$600 mais ou menos. Já o tempo de atraso vem diminuindo aos poucos", analisa Cláudia.
As despesas com alimentação seguem como as que mais pesam no bolso dos consumidores (55,1%). Em seguida, aparece vestuário (17%).

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