O Estado |04.10.17 | Dia das Crianças deve injetar R$ 170 milhões em Fortaleza

Acompanhando o resultado positivo de 2016, reforçando o otimismo dos empresários com a retomada das vendas no segundo semestre, a procura por presentes para as crianças deve ser maior este ano. Em Fortaleza, a movimentação nas vendas, para a data, deverá ser maior, já que 63,6% dos consumidores afirmaram ir às compras, movimentando R$ 170 milhões no comércio local – uma alta de 5% sobre os R$ 162 milhões registrados em 2016, quando 56,8% manifestaram sair às compras no período. Com esse resultado, o Dia das Crianças firma-se como a terceira melhor data comemorativa para o comércio varejista de Fortaleza.

Segundo números da pesquisa sobre o Potencial de Consumo do Fortalezense para o Dia das Crianças, divulgada, ontem, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-Ce), por outro lado, o valor médio de gasto por consumidor vem caindo pelo terceiro ano seguido, já que será de R$ 169,00 – menor que os R$ 181,00 estimados em 2016 e os R$ 200,00 de 2015. Apesar da proporção menor este ano, diante do potencial de 56,8% registrados em 2016, as compras à vista são a principal preferência dos consumidores de Fortaleza, modalidade que deverá impulsionar o segmento nesse período.

Comportamento

A compra de brinquedos tem a maioria das intenções de compras, com 63,2% das respostas, seguido de artigos de vestuário (28%), calçados (7,4%), bicicletas (5,4%) e celulares (2,8%). A pesquisa revelou, ainda, que 6,7% da população entrevistada ainda não se decidiram sobre o assunto, podendo ampliar o impacto dessa data comemorativa. Considerando o perfil dos entrevistados – que respondeu afirmativamente sobre a intenção de compras – há preponderância de consumidores do sexo feminino (65,2%), de faixa etária acima de 36 anos (65,1%) com renda familiar superior a seis salários mínimos (72,4%). Entre os que pretendem comprar presentes (60,4%) irão comprar, pelo menos, dois produtos – em 2016, a proporção era de 22,1%.

Para a data, a maioria dos entrevistados que irão comprar presentes (63,2%) estará em busca de brinquedos, fortalecendo a importância da data no imaginário infantil. Os brinquedos lideram em todos os grupos, mas serão mais procurados pelos consumidores do sexo feminino (66,8%), com idade acima de 36 anos (77,4%) e renda familiar superior a seis salários mínimos (74,2%).

O levantamento aponta, ainda, que a procura por artigos de vestuário mostra uma predominância feminina (28,2%), dos consumidores com idade até 20 anos (33,3%) e renda familiar de até três salários mínimos e acima dos seis salários mínimos (28,9% em ambos). Os calçados são preferidos pelos homens (7,5%), consumidores na faixa etária de 20 anos (8,9%) e com renda familiar superior a seis salários mínimos (13,5%).

Pagamento

Quanto às formas de pagamento, 68,1% dos fortalezenses afirmaram preferência pelas compras à vista, enquanto que, em menor proporção, aparece o cartão de crédito (32,6%). Para o vice-presidente da Fecomércio-CE, Mauricio Filizola, essa grande diferença entre as opções deve-se à mudança de comportamento do consumidor de evitar novas dívidas, “um indicativo de que há uma preocupação maior em pagar à vista, embora não seja um valor substancial”. “Há uma preocupação de comprar de forma que não comprometa a renda familiar, e isso mostra, também para o mercado – como nas pesquisas anteriores –, que tivemos o indicativo de confiança e de crescimento para datas comemorativas anteriores, assim como esta”, destaca o dirigente.

Quanto ao provável local de compra, predominam os shopping centers (36,2%), seguidos de centros comerciais (30,4%) e lojas de rua (29,7%). A conveniência de funcionamento é fator essencial para o atendimento dos consumidores, já que 23,1% relataram ter no sábado como o dia ideal para as compras. Além disso, os entrevistados revelaram que as promoções e políticas de preços serão fundamentais para atrair sua atenção, com 54,3% e 43% de citação, respectivamente. Com isso, para a data, a recomendação da Fecomércio-CE aos varejistas, que trabalham com artigos infantis, que estejam preparados. “Eles devem buscar preparar melhor suas lojas e vitrines – como a gente vem reforçando –, para que, realmente, esses números (da pesquisa) se realizem”, enfatizou Maurício Filizola.

Pagamento à vista é fruto de aprendizado

Conforme o vice-presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, a pretensão de pagamentos à vista, apontados pela maiora dos consumidores consultados na pesquisa, é um indicativo de que ele ou está com o dinheiro ou vai pagar em cartão de débito. “Isso é algo que vai um pouco de encontro ao nível de endividamento (cuja pesquisa da entidade revelou alta em setembro), porque o percentual de pagamento com cartão de crédito ficou em torno de 32%. Os números indicados para esta pesquisa são positivos tanto para a forma de pagamento como em crescimento, em relação ao ano passado”, explicou.

Filizola destaca, também, que, apesar do contexto político, a economia vem mostrando um comportamento diferenciado. “Embora a gente esteja em um momento conturbado na parte política, isso não tem afetado o humor do consumidor e não afetado também o empresário – que tem mostrado uma confiança maior na gestão econômica no País, pelos números demonstrados”, ressaltou Maurício.

Diante disso, ao comentar sobre o valor médio para as compras do Dia das Crianças, que vem caindo nos últimos anos, ele avalia que há um cuidado maior dos consumidores justamente com o que vai gastar. “Esse período de recessão, para o nosso País, também nos ensinou muito em como lidar com o dinheiro. O lado positivo é que se tem um cuidado maior no momento de gastar. Se houve uma dificuldade maior em se manter a qualidade de vida – até mesmo o salário –, no momento de gastar, o consumidor vai ter o cuidado para que esse dinheiro renda mais”, finalizou o dirigente.

Fonte _ O Estado

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