24.01.2018|Inflação na RMF tem 'comportamento de alta'
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) teve variação de 0,43% em janeiro e ficou acima do resultado de 0,24% apresentados em dezembro de 2017, de acordo com informações divulgadas ontem (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento é menor que aquele apresentado em janeiro de 2017, quando o índice teve variação de 0,53%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice registrou 2,30%.
De acordo com o economista, Allisson Martins, a inflação na Capital demonstra "comportamento de alta", forma que apresenta elevação por dois meses consecutivos. "O principal fator que leva a essa trajetória de alta, sem dúvida, é o grupo Alimentação e Bebidas. Após os efeitos positivos da super safra agrícola no País, que contribuíram de forma relevante na maior oferta de produtos, e por sua vez, menores preços para os agentes econômicos, outro cenário começa a surgir no horizonte", analisa.
O grupo Alimentação e Bebidas apresentou alta de 1,04%, a maior variação entre os grupos pesquisados pelo IBGE. Despesas pessoais configurou ainda como a segunda maior elevação no período, de 0,58%.
"No dado recente do IPCA 15, o grupo pesquisado que apresentou maior elevação de preços foi Alimentos e Bebidas, que subiu 1,04%, e que por apresentar maior peso relativo na composição do índice, repercute de forma ainda mais intensa no indicador inflacionário", acrescenta o economista.
Do outro lado da tabela, os grupos Habitação (-0,25%) e Transportes (-0,11%) tiveram as maiores quedas em janeiro na comparação com o mês imediatamente anterior, de acordo com o Instituto.
Itens
Os produtos que tiveram maior aumento nos preços foram batata-inglesa (23,58%), banana-prata (20,99%) e uva (17,68%). Em seguida aparecem melancia (13,83%), cebola (10,63%), tomate (10,6%), cenoura (8,92%), tarifas de hotel (7,09%), passagens aéreas (6,93%) e maracujá (6,04%).
Em relação à janeiro do ano passado, a batata-inglesa havia apresentado queda de 7,5% no período. Passagens aéreas (-10,07%) e melancia (-3,85%) também registraram deflação há um ano. Já os produtos que tiveram maior variação negativa foram artigos de maquiagem (-5,33%), produto para unha (-5,17%) e cheiro-verde (-4,33%). Além deles, feijão-carioca (-3,83%), fígado (-3,18%), cueca (-3,14%), milho-verde em conserva (-3,06%), energia elétrica residencial (-2,96%), feijão-mulatinho (-2,94%) e vestido infantial (-2,72%) completa a lista das maiores quedas no mês de janeiro deste ano.
Brasil
A taxa de 0,39% registrada pela inflação de janeiro medida pelo IPCA-15 foi a segunda menor para o mês desde a criação do Plano Real, em 1994. A mais baixa foi a registrada em janeiro de 2017, de 0,31%.
Como consequência, a taxa de inflação acumulada em 12 meses aumentou de 2,94% em dezembro de 2017 para 3,02% em janeiro de 2018, ligeiramente acima do piso da meta inflacionária perseguida pelo governo federal para o período.
Seis dos nove grupos que integram o IPCA-15 registraram taxas maiores na passagem de dezembro de 2017 para janeiro de 2018. Os aumentos ocorreram em Alimentação e bebidas (de -0,02% em dezembro para 0,76% em janeiro), Artigos de residência (de -0,27% para 0,06%), Vestuário (de 0,32% para 0,36%), Saúde e cuidados pessoais (de 0,27% para 0,41%), Educação (de 0,03% para 0,28%) e Comunicação (de -0,26% para 0,08%).
Na direção oposta, as taxas foram menores em Habitação (de 0,43% para -0,41%), Transportes (de 1,16% para 0,86%) e Despesas pessoais (de 0,44% para 0,19%).
Regiões
Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE para o IPCA-15, São Paulo e Curitiba obtiveram as maiores variações para janeiro, ambas em 0,52%.
Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (0,48%), Porto Alegre (0,45%), Fortaleza (0,43%), Belo Horizonte (0,35%), Recife (0,34%), Goiânia (0,21%), Salvador (0,12%), Brasília (0,03%) e Belém (-0,06%).