A força do Ceará vem do Comércio

Os cearenses têm vocação para o Comércio, prova disso é que a maior fonte de renda no Estado vem desse setor. Hoje, 16 de julho, é o Dia do Comerciante e a Fecomércio homenageia as mais de 150 mil que empresas que representam e reconhecem a contribuição dos cerca de 750 mil trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. 

Nesse momento em que as empresas estão recomeçando suas atividades e adaptando-se ao novo cenário, recebem orientação para reabrir seus estabelecimentos. A Federação tem atuado para promover segurança para a reabertura econômica, divulgando as medidas de prevenção que podem ser conferidas nos  e-books  com os protocolos corretos para o reinício de atividades.

“Cumprimento a todos os comerciantes, porque somos trabalhadores. No PIB, representamos quase 80% com o setor de comércio de bens, serviços e turismo. Meus parabéns, faço votos que voltemos a crescer nessa retomada”, afirmou o vice-presidente da Fecomércio Ceará, Cid Alves.

O livro Memória do Comércio Cearense faz um passeio histórico sobre a atividade. Em 2001, a autora Cláudia Leitão registrou a história de importantes empreendedores, como Jaime Aquino, Gerardo Bastos, Irapuã Lima, José Macedo, Luiz Esteves Neto e figuras que se popularizaram, como o comerciante Seu Lunga.

“Fico muito feliz que se volte a esse livro, porque são dezenove anos de uma pesquisa que foi muito interessante. Andei por todo o Ceará, em cada região, levantando essa memória, conversando com muita diversidade de pessoas: políticos, industriais, comerciantes, historiadores, pesquisadores artistas”, afirmou ela em entrevista ao programa Mundo Fecomércio.

As dificuldades vivenciadas pelo povo e o fato de o território ser rota e entreposto comercial são apontados pela pesquisadora como fatores que tornaram o cearense apto a negociar. “Todo mundo me dizia mais ou menos a mesma coisa: o Ceará é mesmo uma invenção do Comércio, se não houvesse essa atividade, não seríamos o que somos.  há uma espécie de vocação que talvez tenha nascido desde o período de nossa colonização”.

Ela ouviu biografias de comerciantes que vieram do interior sem recursos para viver na Capital e construíram impérios. Em comum, todos tinham carisma para lidar com o cliente. “O talento de convencer, de contar história que seduz, todos eles tinham. A venda é como se fosse uma grande brincadeira, não é especialmente trabalho, é uma forma de viver”, afirmou Cláudia.

Ela foi Superintendente do Senac Ceará entre 2001 e 2002. É Professora do Mestrado Profissional em Gestão de Negócios Turísticos da Universidade Estadual do Ceará. Atualmente dirige o Observatório de Fortaleza, vinculado ao Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR) e preside a Câmara Setorial de Economia Criativa na Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE). Ela identifica que a resiliência dos comerciantes locais são pontos fortes da nossa economia. “O Ceará é um estado que tem uma capacidade de reinvenção fortíssima, é uma marca identitária nossa e representa todas as diversas regiões”

Na Capital, o desenvolvimento urbano passa pela história do Comércio. 72 anos atrás, os comerciantes ainda eram chamados de merceeiros e Fortaleza ainda estava construindo a estrutura urbana necessária para a atividade comercial. O Comércio ajudou na evolução da cidade, desde a modernização da rede elétrica à estrutura dos portos por onde os produtos chegavam. No livro sobre a história da Fecomércio, estão registrados esses fatos históricos, como a chegada da Rádio Uirapuru, do primeiro shopping e o movimento das lojas antigas do Centro da cidade. Parte das imagens fazem parte do acervo do jornalista, historiador e pesquisador, Miguel Ângelo de Azevedo.

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