Economistas estão menos otimistas com a economia nacional

A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE), realizada em parceria da Fecomércio-Ce com o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), revela, na sua trigésima edição, que ocorreu uma redução no número de variáveis econômicas analisadas com otimismo, de oito para cinco. Os índices de percepção geral (105,4 pontos) e de percepção futura (116,5 pontos) apresentaram queda no otimismo. A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período março-abril as expectativas de 95 especialistas em economia.

Já em relação ao índice de percepção presente, segundo o levantamento, foi registrado pessimismo dos analistas consultados em relação ao quadro econômico nacional, declinando para 94,4 pontos. Os resultados da pesquisa traduzem uma piora na percepção sobre a dinâmica macroeconômica do País.

Enquanto na pesquisa anterior os analistas revelaram otimismo em oito das nove variáveis investigadas, nos meses de março e abril as variáveis percebidas com otimismo declinaram para cinco: evolução do PIB (144,8 pontos), gastos públicos (124,1 pontos), oferta de crédito (115,5 pontos), nível de emprego (112,6 pontos) e cenário internacional (102,9 pontos).

O número de variáveis analisadas com pessimismo saltou de uma, na pesquisa anterior, para três, na pesquisa atual: taxa de inflação (94,8 pontos), taxa de câmbio (90,8 pontos) e salários reais (63,2 pontos). Pela primeira vez, uma variável revelou-se neutra: taxa de juros (100,0 pontos).

Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral caiu para 105,4 pontos, uma redução no otimismo de 11,8% em relação à pesquisa anterior.

Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa apresenta também queda no otimismo, de 11,1%. Além disso, cabe destacar que a percepção sobre o desempenho presente das variáveis entrou na zona do pessimismo registrando 94,4 pontos.

Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções. A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo.

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