Efeitos da pandemia são vistos com pessimismo pelos economistas

A amostra ouviu 105 especialistas em economia entre março e abril sobre o quadro econômico nacional e internacional

A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua trigésima sexta edição, um aumento do número de variáveis analisadas com pessimismo em relação à pesquisa anterior, de três para seis. A análise, realizada em parceria pela Fecomércio-Ce e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), tem periodicidade bimestral, e colheu no período março-abril as expectativas de 105 especialistas em economia. Os resultados da pesquisa refletem sobretudo o avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo.

De acordo com o levantamento, os três índices, de percepção geral (74,4 pontos), de percepção futura (79,7 pontos) e de percepção presente (69,1 pontos) registraram expressivo pessimismo dos analistas consultados em relação ao quadro econômico nacional e internacional.

A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Em relação à pesquisa anterior, o número de variáveis percebidas com pessimismo saltou de três para seis: gastos públicos (76,8 pontos); nível de emprego (49,0 pontos); evolução do PIB (47,4 pontos); taxa de câmbio (43,8 pontos); salários reais (39,7 pontos) e cenário internacional (36,1 pontos).

Apenas três variáveis foram analisadas com otimismo: oferta de crédito (144,3 pontos), taxa de juros (129,4 pontos) e taxa de inflação (103,1 pontos).

Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice de percepção geral passou de 115,0 pontos para 74,4 pontos, um expressivo aumento de 35,3% no pessimismo em relação à pesquisa anterior. 

Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa também apresenta aumento no pessimismo, de 33,2%. Além disso, cabe destacar que a percepção sobre o desempenho presente revelou uma piora nas expectativas de 37,6%, registrando 69,1 pontos.

Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.

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