Instabilidade no mercado de trabalho impacta confiança do consumidor

O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) apresentou recuo de -2,6%, passando de 103,2 pontos no bimestre terminado em outubro, para 100,6 pontos no bimestre novembro/dezembro, a segunda redução consecutiva desde o meio do ano. A pesquisa é realizada pela Fecomércio Ceará, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

Segundo o levantamento, o comportamento do índice neste semestre se deu de forma oposta ao do primeiro semestre do ano, quando havia clara tendência de aumento do otimismo com as perspectivas de retomada econômica decorrente do avanço do processo de vacinação contra a Covid-19.

No período mais recente, pesaram as preocupações com a fragilidade do mercado de trabalho e o eventual fim do auxílio emergencial, pago pelo Governo Federal. Sem a garantia de renda, as famílias evitam comprometer os fluxos futuros de receita, com impacto na demanda por itens de consumo duráveis.

Por outro lado, a pesquisa aponta que a proximidade das festas de fim de ano estimula a procura de itens de consumo semiduráveis, aumentando o Índice de Situação Presente (ISP) em +6,8%, passando de 73,6 pontos no bimestre anterior para 78,6 pontos no período encerrado em dezembro. Já o Índice de Situação Futura (IEF) teve redução de -6,3%, alcançando o patamar de 115,2 pontos.
Expectativa dos consumidores
A pesquisa revela que, no bimestre novembro/dezembro, apenas 26,7% dos entrevistados mostram boa disposição para a compra de bens duráveis. A maior propensão ao consumo se encontra nos grupos masculino (30,6%), com faixa etária entre 18 e 24 anos (33,9%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (40,8%).

O estudo também mostra que 45,6% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano. Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 74,1% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
Sobre a percepção do ambiente econômico nacional, 49,0% dos consumidores entrevistados acreditam em melhoria no cenário nos próximos doze meses.

Pretensão de compra
A taxa de pretensão de compras teve aumento de +7,0 pontos percentuais, passando de 39,1%, no bimestre setembro/outubro, para 46,1% no atual bimestre. Esse crescimento está relacionado com a proximidade das festas de fim de ano, tradicionalmente, o melhor período para o varejo nacional.
Dessa forma, há forte presença de bens de consumo semiduráveis na lista dos produtos mais procurados:

i. Artigos de vestuário, citados por 31,1% dos entrevistados;
ii. Calçados (23,4%);
iii. Televisores (18,9%);
iv. Móveis e artigos de decoração (14,3%);
v. Geladeiras e refrigeradores (14,1%);
vi. Aparelhos de telefonia celular e smartphones (12,8%);
vii. Fogão (8,7%); e
viii. Máquina de lavar roupa (7,8%).

O valor médio das compras é estimado em R$ 614,60 e a intenção de compra mostra-se mais elevada para os consumidores do sexo masculino (48,6%), mais vigorosa para o grupo com idade entre 18 e 24 anos (67,3%) e no estrato com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (52,7%).

Voltar