Pesquisa aponta aumento de pessimismo entre economistas

A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua vigésima quinta edição, uma piora na percepção dos analistas sobre o comportamento das variáveis econômicas capturadas pelos três índices: de percepção geral (97,1 pontos), presente (93,2 pontos) e futura (104,7 pontos). O levantamento é realizado pela Fecomércio-CE e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce).

De acordo com a pesquisa, a deterioração recente do quadro econômico e político do país, bem como as incertezas no cenário internacional, impactaram negativamente nas expectativas dos agentes econômicos consultados, contribuindo para a redução do otimismo. Os analistas revelaram otimismo em apenas cinco das nove variáveis investigadas: evolução do PIB (150,8 pontos), oferta de crédito (124,8 pontos), cenário internacional (116,0), nível de emprego (113,9 pontos), e taxa de juros (107,6 pontos).

Em relação à pesquisa anterior, os analistas revelaram pessimismo com um número maior de variáveis, quatro: taxa de inflação (91,6 pontos), salários reais (72,3 pontos), gastos públicos (59,2 pontos) e taxa de câmbio (37,8 pontos), que apresentou a menor pontuação entre as nove variáveis.

Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral atingiu 97,1 pontos, um aumento de 13,4% no pessimismo em relação à pesquisa anterior. Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa mostra redução de 5,6% no otimismo dos analistas. Cabe destacar que a percepção pessimista sobre o desempenho presente das variáveis registrou aumento expressivo de 17,8% ante a pesquisa anterior.

Vale salientar que as expectativas movem os especialistas impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período maio-junho as expectativas de 136 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.

Sobre os 70 anos do Sistema Fecomércio

Após o período da Segunda Guerra o Brasil passou por grandes desafios. O Estado não conseguia atender à crescente demanda por serviços sociais, nem acompanhar o novo contexto do mercado de trabalho. Deste modo, em maio de 1945, representantes empresariais da indústria, comércio e agricultura, realizam em Teresópolis, a primeira Conferência das Classes Produtoras (CONCLAP). Nesse encontro elaboram uma proposta ousada de custeio dos serviços sociais e da educação profissional para os trabalhadores com recursos das classes patronais. A Carta da Paz Social foi o documento que formalizou as diretrizes para o desenvolvimento econômico com justiça social. Nascia assim, a partir da iniciativa do empresariado, o Sistema S, o maior Sistema de desenvolvimento social do mundo.

No Ceará, em 16 de março de 1948, o empresário Clóvis Arrais Maia fundou a Federação do Comércio com a finalidade de unir lideranças do setor para colaborarem com a educação profissional e a qualidade de vida dos trabalhadores. No mesmo ano, a Fecomércio implanta o Sesc e o Senac instituições mantidas pelos empresários do comércio que ofertam serviços sociais e educam para o comércio de bens, serviços e turismo.

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