Pesquisa mostra preocupação dos empresários com o cenário da economia cearense

Em decorrência da pandemia, ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará, IPDC, realizou pesquisa que apresenta o posicionamento dos empresários do setor produtivo quanto ao funcionamento das empresas diante do atual contexto, onde uma série medidas restritivas foram decretadas para o enfrentamento da pandemia.

Para o presidente da Fecomércio, Maurício Filizola, a pesquisa é de extrema importância neste momento “as informações, além de nos mostrarem a realidade das empresas, também serão norteadoras para a tomada de decisões. Juntos, com diálogo e cautela vamos encontrar uma saída”, pontua Filizola.

Dados específicos do Ceará revelam que 61,8% dos entrevistados defendem a abertura dos estabelecimentos. Os empresários afirmam que o fechamento impõe sérios impactos financeiros para as empresas e para a economia; 89,0% avaliam impacto na capacidade de pagar a folha de salário, 63,9% avaliam dificuldades no pagamento de fornecedores, 46,8% estimam restrições para pagar impostos e 31,1% apontam dificuldades no pagamento de empréstimos e financiamentos.

Fechamento das empresas |alternativas
Com a proposta do fechamento parcial e/ou total, os empresários estão enfrentando desafios para gerir as suas empresas, manter a mão de obra empregada, honrar compromissos com fornecedores, bancos e manter uma linha de produção que abasteça o mercado.
Para tanto, foi questionado aos empresários cearenses as possíveis soluções para que possam manter a empresa em funcionamento: 61% responderam que todos os impostos deverão ser renegociados; 57,7% sugeriram que o estado dê assistência financeira para os profissionais autônomos, e outros que assim precisem; 49% requereram flexibilização de garantias para tomada de empréstimos junto aos bancos; e 47,2% apresentaram como solução a suspensão temporária do contrato de trabalho, cabendo ao estado a responsabilidade de um seguro desemprego por tempo determinado.

Abertura dos estabelecimentos
A maioria dos empresários deram preferência para o horário de funcionamento reduzido (36,8%). Segmentando por setores econômicos, prevaleceu no setor agropecuário (36,4%) e indústria (39,2%) o funcionamento normal sem restrição. Já nos demais setores, predomina o horário de funcionamento reduzido.
Na perspectiva de abertura dos estabelecimentos, quanto à demanda de clientes, os 68,5% dos empresários acharam que terão clientes, contra 31,5% que acham que não terão clientes. No entanto, o fluxo dessa demanda só voltará à normalidade no longo prazo, resposta de 41,5% dos empresários. Na ótica do curto prazo, 37% dos empresários afirmaram que a demanda será parcialmente estabelecida, em uma proporção que ajudará a suprir o caixa. E, somente 11,7% dos empresários se mostraram otimistas, quando afirmaram que no curto prazo o fluxo de demanda será totalmente restabelecido.

Expectativas
Por fim, as expectativas dos empresários, em todos os segmentos, quanto ao crescimento econômico predominou um cenário negativo, sendo que 42,8% consideraram uma expectativa ruim; seguido de 42,1% que não tem expectativas. Somente 1,7% do empresariado se mostraram otimistas.

Sobre a pesquisa
A pesquisa foi executada no período de 26 a 27 de março de 2020, com abrangência nacional, ouvindo todos os setores da economia (Agropecuária, Indústria, Comércio, Serviços e Turismo).

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