Enquanto os consumidores se mostram otimistas com o cenário econômico, afirmando estarem dispostos em ir às compras, os empresários pensam o contrário, e apontam pessimismo. Os dados fazem parte das pesquisas Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) e Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) do mês de agosto, realizadas pela Fecomércio Ceará, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).
ICC
Em agosto, o Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza apresentou crescimento de +6,3%, passando de 102,3 pontos, em julho, para 108,7 pontos neste mês. Esse resultado foi o melhor desde março de 2015, quando o índice alcançou a marca de 115,2 pontos.
Expectativa dos consumidores
O levantamento revela ainda que, em agosto, 44,6% dos entrevistados mostram boa disposição para a compra de bens duráveis. Dentre aqueles que demonstram maior entusiasmo, destacam-se os consumidores do gênero masculino (45,4% dos entrevistados afirmam que agosto é um bom momento para compra de bens de consumo duráveis), do grupo com idade entre 18 e 24 anos (47,3%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (55,8%).
O estudo também mostra que 60,2% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano – taxa superior à verificada em julho (55,7%). Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 80,5% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
O consumidor de Fortaleza tem mostrado preocupações com o ambiente econômico nacional, com 50,0% dos entrevistados descrevendo-o como ruim ou péssimo. Esse sentimento recebe influências da percepção das incertezas ainda existentes sobre o quadro de recuperação econômica e das dúvidas do cenário político.
Pretensão de compra
A taxa de pretensão de compras teve crescimento de +2,8 pontos percentuais, passando de 32,9%, em julho, para 35,7% neste mês, situando-se, porém, abaixo da observada no mesmo mês do ano passado (36,4%).
O valor médio das compras é estimado em R$ 574,59 e a intenção de compra mostra-se mais elevada para os consumidores do gênero feminino (37,5%), mais vigorosa para o grupo com idade entre 18 a 24 anos (40,0%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (37,8%).
ICEC
Já Índice de Confiança do Empresário do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará – ICE do bimestre julho/agosto teve redução de -9,5% no sentimento geral de confiança dos empresários, com o índice passando de 104,9 pontos, no bimestre maio/junho, para 94,9 pontos na medição atual.
Indo em direção contrária, o componente Índice de Situação Presente - ISP teve aumento de +0,7%, saindo de 66,3 pontos no bimestre maio/junho para 66,7% neste período. A pesquisa mostra que 89,8% dos entrevistados relatam piora nos seus setores de atividade nos últimos seis meses e o índice permanece no campo que indica pessimismo, influenciado pelo impacto da Greve dos Caminhoneiros, ocorrida em maio, e pelas péssimas condições da economia nacional.
As perspectivas para o futuro, refletidas no Índice de Situação Futura – ISF, caíram -9,8%, com o índice passando de 133,6 pontos no bimestre anterior para 120,5 pontos nesta medição. Ainda assim, os empresários acreditam na melhoria das condições de suas empresas, com 81,7% dos entrevistados esperando momentos melhores nos próximos seis meses e 83,6% antevendo crescimento das vendas.
A intenção de investimentos, medida pelo Índice de Investimentos das Empresas, caiu -15,5% no bimestre, alcançando 88,8 pontos. Apesar da proximidade do período de vendas mais intensas no ano, 77,4% dos entrevistados esperam queda nas contratações de empregados e 93,9% projetam baixo nível de investimento em suas empresas.