Pessimismo com a economia nacional aumenta, segundo pesquisa

Fatores como novas ondas da pandemia e os lockdowns contribuíram para o resultado

 A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE), referente aos meses de março e abril, revela aumento no pessimismo sobre as perspectivas dos economistas em relação ao quadro econômico nacional. Realizada em parceria entre a Fecomércio-CE e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), o levantamento aponta que o número de variáveis analisadas com pessimismo foi maior que o da pesquisa anterior: sete.

Os três índices de percepção: geral (73,5 pontos), presente (69,6 pontos) e futuro (77,3 pontos), voltaram a registrar, conjuntamente, expressivo pessimismo. As novas ondas da pandemia e os lockdowns, no Brasil e no mundo, contribuíram para a deterioração das expectativas.

A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. O número de variáveis percebidas com pessimismo foi superior ao da pesquisa anterior, sete no total: taxa de inflação (99,0 pontos); gastos públicos (75,3 pontos); nível de emprego (52,1 pontos); evolução do PIB (46,4 pontos); taxa de câmbio (44,8 pontos); cenário internacional (37,1 pontos) e salários reais (36,6 pontos), que mais uma vez atingiu a menor pontuação.

Apenas duas variáveis foram analisadas com otimismo: oferta de crédito (145,9 pontos) e taxa de juros (124,2 pontos).

Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice de percepção geral passou de 85,9 pontos para 73,5 pontos, um aumento de 14,5% no pessimismo em relação à pesquisa anterior.

Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa revela também uma deterioração nas expectativas de 23,4%, com o índice atingindo 77,3 pontos. Além disso, cabe destacar que a percepção sobre o desempenho presente apresentou elevação no pessimismo, de 1,7%, alcançando 69,6 pontos.

Vale destacar que as expectativas movem os agentes econômicos, impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas, como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos, interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período março-abril as expectativas de 101 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.

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