Sesc inicia campanha para tornar Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade

Um platô central situado na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba, a Chapada do Araripe abriga fontes naturais, grutas, sítios paleontológicos e arqueológicos, além de uma vasta cultura popular. No Ceará, ela está situada no sul do Estado, no Cariri, uma região onde a cultura é viva, pulsante e original. Talvez por isso, a Chapada tenha recebido de Gilberto Gil o poético apelido de “bacia cultural”.

Araripe na língua tupi significa “lugar das araras”. Sua riqueza natural é tamanha que a Chapada abraça quatro biomas: a mata atlântica, caatinga, serrado e o carrasco, sendo praticamente um resumo da biodiversidade do Nordeste.

Há quase dois anos, o Sistema Fecomércio Ceará, através do Serviço Social do Comércio (Sesc), em parceria com a Fundação Casa Grande, vem dialogando com a comunidade do Araripe a importância cultural que se estabelece naquele território de sua atuação. Através de encontros com organismos internacionais balizadores do patrimônio imaterial, surgiu a proposta de colocar a região que compreende a Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade.

Para conquistar esse reconhecimento, o Sesc dá o primeiro passo com a realização do Seminário Internacional de Patrimônio da Humanidade da Chapada do Araripe, o marco para iniciar a campanha.

O Seminário acontecerá nos dias 06 a 09 de agosto nas cidades de Juazeiro, Crato e Nova Olinda, e vai reunir todos os personagens, das diversas instituições nacionais e internacionais, representativos do processo de validação do Patrimônio da Humanidade. Até o momento, são parceiros nesse projeto a Fundação Casa Grande, a Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade Regional do Cariri (Urca), o Geopark Araripe, o Governo do Estado, Prefeituras e Organizações Não Governamentais da localidade.

Os objetivos desse primeiro encontro são discutir a importância da Região como Patrimônio da Humanidade; compreender os mecanismos, os processos, as ferramentas que são necessários a partir da discussão para os próximos passos; fomentar as parcerias necessárias para a concretização do projeto, e alavancar parceiros para garantir o reconhecimento como patrimônio da humanidade.

Durante os quatro dias do Seminário além de muito debate, haverá uma programação diversificada com exposições, espetáculo teatral, oficinas e a inauguração de três Museus Orgânicos: Museu Casa do Mestre Nena, em Juazeiro do Norte; Museu Casa do Mestre Raimundo Aniceto, no Crato e Museu Casa Oficina de Dona Dinha, em Nova Olinda.

Sesc um incentivador do caldeirão cultural do Cariri

Os Museus Orgânicos são apenas um dos trabalhos desenvolvidos pelo Sistema Fecomércio, através do Sesc, pela valorização cultural do Cariri. Trata-se de um espaço que conserva, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e apreciação da sociedade, estabelecendo como território a casa dos mestres da cultura popular. Registrando seus saberes de forma orgânica para a própria comunidade.

Em 2018, foram inaugurados dois museus, o Museu Orgânico Casa do Mestre Antônio Luiz e o Museu Orgânico Oficina do Mestre Françuili, ambos em Potengi, no Cariri.

O Sesc realiza ao longo da sua atuação de mais de duas décadas no Cariri, uma diversidade de ações programáticas, a partir do território, que identifica, reconhece, promove e estabelece laços com as diversas manifestações da arte e da cultura na Região.

Da culminância dessas ações surgiu a Mostra Sesc Cariri de Culturas, encontro da pluralidade das artes conectadas com o intercâmbio interestadual, hoje uma das maiores iniciativas no Brasil de interiorização cultural.

O Sesc tem como marca institucional ser um fomentador da cultura, ajudando a preservar e reconhecer as mais diversas manifestações culturais como matizes socioculturais. Por isso, encabeçou mais esse projeto como uma forma de reconhecimento da riqueza representada pela Chapada do Araripe.

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