Preciso iniciar fazendo uma confissão: cada vez que visito uma unidade SESC, sempre encontro inúmeras pessoas que fazem questão de estufar o peito e falar, em meio a um largo sorriso, o número de anos que estão no SESC. E quanto mais longeva essa relação, maior é a satisfação… Isso me dá uma inveja, daquela levinha, que reflete muito bem o quanto gostaria de ser um “sesciano” com um tantão de histórias para contar e conseguir demonstrar que valores e virtudes são os elementos transformadores por trás de todas as nossas ações.
Os anos de SESC que não tenho são compensados, todo dia, por uma enxurrada de emoções, lições explícitas de entusiasmo e um infinito de boas energias, tudo tão intenso, que nem precisei viajar na velocidade da luz para relativizar o inexorável tempo. Seja em Ibiapina ou Crateús, São Gonçalo do Amarante ou Aracati, Sobral ou Fortaleza, é muito legal a lição de solidariedade que constrói pontes entre o cidadão que aprende e o cidadão que tem fome de comida e de saber. Essa partilha me leva a uma formatura do Ensino Médio na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em Quixeramobim e Iguatu, onde vimos dezenas de certificados se transformarem em passaportes de esperança.
A memória chega lá no Crato, onde promover a saúde é prática cidadã, onde as pessoas cedem braços para vacina e usam a boca para bem informar. Ninguém acredita que na efervescência do Centro da Capital do Ceará, onde fica nosso maior restaurante, as pessoas não só buscam a boa nutrição, elas se preenchem de boa literatura, num fantástico movimento de troca de livros. Lá na ensolarada Sobral, foi muito bom ver a música afagando os cansados da pandemia e refrescando os espíritos com vozes e violão, tão logo as pessoas puderam começar a se reencontrar. E os pores do sol que nunca se repetem em Iparana e fazem lembrar, a cada um dos visitantes, que também há transformação na contemplação.
Como não lembrar dos sabadões de saúde de Juazeiro do Norte, onde só se parava para as fotos, e o movimento traduzia vitalidade em todas as modalidades – quem sabe se preparando para quebrar o próprio recorde deles, de uma mega transmissão virtual do melhor forró, que durou mais de 8h, e foi visitada por mais de meio milhão de pessoas. E as orgânicas obras que o Cariri nos oferta e nos brinda, com seus Mestres das curas, dos couros, das cantigas, das cores e das culturas, que já se fazem imortais para nós. Indo para Fortaleza, vemos uma turma numerosa de pessoas, que literalmente nasceram junto com o Sesc, mas que esbanjam vida e energia através de uma força estranha chamada EXEMPLO.
O SESC faz 75 anos e o tempo só aperfeiçoou um modelar conceito: SERVIR A SOCIEDADE desde o seu nascedouro. Definitivamente, neste caso, não é o tempo a questão. Aqui no Ceará, de forma fixa ou não, já se espraia em quase todo o território, assim sendo, não é espaço também a questão. Esta história tem tudo para parecer uma lenda, cheia de feitos e acontecimentos, mas o que vemos mesmo é um brotar contínuo de REALIZAÇÕES.
Henrique Javi
Diretor Regional Sesc CE
