Com atenção desde aos processos de fabricação, as pessoas se importam com os impactos gerados no meio ambiente

Quebrou, trocou. Essa era a lógica dominante há décadas quando algo não poderia mais ser utilizado. Porém, é possível perceber que hoje as pessoas adquirem novos produtos mesmo sem precisar. Apesar de não parecer que existe uma relação direta, esse tipo de comportamento pode provocar consequências graves sociais e ambientais. Assim, movimentos em prol da sustentabilidade ganham força nesse contexto pelo mundo.

O consumo consciente vem sendo propagado para apurar o senso crítico na hora de comprar, levando em consideração o processo de fabricação, as matérias-primas escolhidas, a forma de descarte, a durabilidade dos produtos e a necessidade da aquisição. Isso se aplica a tudo, tanto a roupas e a comida quanto a eletrodomésticos e carros. Um bom primeiro passo é se perguntar: eu realmente preciso disso?

Em uma sociedade que somos bombardeados por anúncios em todas as plataformas que temos acesso, o estímulo ao consumo é constante. As empresas ainda estabelecem uma obsolência programada nos produtos, ou seja, em um período curto aquele objeto será visto como velho demais mesmo que ainda esteja em ótimo estado, incentivando a compra de um novo. Por exemplo, um celular é considerado obsoleto quando não há mais atualizações disponíveis de software e os aplicativos mais modernos se tornam incompatíveis.

Logo, mesmo em ótimo estado de uso ainda, aquele aparelho pode ser descartado por ser considerado ultrapassado. Dessa maneira, sua vida útil pode ser longa, provavelmente vai demorar décadas para se decompor no meio ambiente, porém ele foi utilizado por apenas dois ou três anos. Consequentemente, toneladas de lixo são geradas diariamente com recursos que poderiam ter sido melhor aproveitados, seja por reciclagem, seja por reutilização.

Iniciativas individuais e empresariais

Além do acúmulo de bens desnecessários, as pessoas estão repensando nas etapas de fabricação. Uma parcela do público já prefere abrir mão de marcas famosas devido às denúncias de trabalho escravo nas linhas de produção e o teste de produtos em animais. O pensamento de que alguma pessoa foi submetida a condições desumanas e que bichos podem ter sofrido é fator de desistência. Em contrapartida, brechós, bazares e lojas de pequenos produtos conquistam mais espaço.

Outro ponto importante é que multinacionais também estão começando a aderir ao movimento. A Nike iniciou o projeto Refurbished, que significa remodelado em português. Os clientes entregam na loja seus tênis da marca usados em troca de um desconto. A empresa analisa as condições da peça, reforma e depois vende por um preço mais baixo. A iniciativa ainda é restrita aos Estados Unidos, porém já mostra a tendência de reformulação de ideais.