Criado e mantido pelos empresários do comércio
Sistema
“Uma escola não é um prédio. Escola são as pessoas”, afirma José Pacheco
“Uma escola não é um prédio. Escola são as pessoas”, afirma José Pacheco
Por index
11 de junho de 2021

O pedagogo português, fundador da Escola da Ponte, destaca as transformações do aprendizado 

 

No momento em que diversas atividades passam por transformações aceleradas, devido à pandemia, o setor educacional acabou sendo um dos mais impactados, tendo de se reinventar para cumprir cronograma de aulas e atender, de forma remota, as demandas dos alunos.

 

Entretanto, para o pedagogo português José Pacheco, um dos fundadores da Escola da Ponte, os novos desafios podem representar uma grande oportunidade para promover mudanças no modelo tradicional de ensino, privilegiando, sobretudo, as relações entre alunos e professores. O professor defende que o foco esteja nas pessoas, com a promoção da autonomia e da consciência dos alunos. “Estamos a trabalhar com seres humanos”, ele diz.

 

“Aprendemos em comunidade. E na comunidade não há falta de recursos, porque a comunidade partilha. Partilha material, partilha técnica, partilha políticas”, disse Pacheco durante a palestra de abertura do II Congresso de Educação, promovido pelo Sistema Fecomércio CE, através do Sesc e Senac, entre os dias 24 e 26 de fevereiro deste ano. 

 

Pacheco, que é crítico aos modelos tradicionais de ensino, defende uma educação pautada pela coletividade. Defende uma escola na qual o professor não ensina o que diz, mas transmite aquilo que ele é. “Uma escola não é um prédio. Escola são as pessoas”, ele diz. “Em uma sala de aula nada se aprende”, provoca, ao defender um modelo de ensino voltado para a inteligência emocional dos alunos.

 

Aulas na pandemia

 

Sobre as dificuldades causadas pelas aulas remotas, Pacheco enfatizou a importância da conexão entre alunos e professores, independentemente se a aula é presencial ou remota, destacando que toda aprendizagem parte da pergunta. “Quando começou a pandemia e o confinamento os prédios das escolas fecharam, recebi mensagens de centenas de professores angustiados porque não conseguiam alcançar os seus alunos. Sentiram na pele essa perda”, disse. “Então, o primeiro movimento é compreender quem nós somos como pessoa. Porque sem nos reconhecermos não vamos conhecer o outro. E sem vínculo não há aprendizagem. Escolas são pessoas e pessoas são seus valores”.

Ensino no Brasil

 

Durante a palestra no Congresso, Pacheco afirmou que o brasileiro deve deixar de procurar exemplos de outros países para basear o modelo de educação e enalteceu a qualidade dos educadores e da educação praticada no País. “O Brasil não tem nada a aprender com a escola europeia. O Brasil precisa partir do que já existe e ir além”, disse. Para isso, Pacheco defendeu que o brasileiro deixe de lado o que classificou como síndrome de vira-lata. “O educador Brasileiro não deve nortear a sua educação e sim “sulear” a sua práxis. Mas o educador brasileiro tem baixa autoestima”.

 

O professor destacou ainda a qualidade e os resultados obtidos pelo Sistema S. “Antes eu pensava que o futuro da educação estava no Norte, e levei um banho de humildade. Eu passei por mais de 50 países, e a melhor educação do mundo está no hemisfério Sul e, mais precisamente, no Brasil. Os melhores projetos estão no Brasil, inclusive no Sistema S, no qual os estudantes não ficaram nenhum dia sem aprender (durante a pandemia), porque são autônomos, sabem trabalhar em equipe e mantiveram contato permanente com seus professores”.

 

Confira aqui a palestra de José Pacheco na íntegra: https://bit.ly/2SZ384w 

Voltar