Fecomércio Ceará Fecomércio Ceará

Pesquisa aponta queda na inadimplência em Fortaleza

De acordo com a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, referente ao bimestre julho/agosto de 2023, 76,1% dos consumidores da capital cearense estão endividados. O percentual apresenta um aumento de 3,2 pontos percentuais em relação ao resultado do bimestre anterior (72,9%), e ligeiramente acima do índice observado no mesmo período do ano passado (75,9%). Falhas na execução do orçamento familiar e o aumento dos gastos essenciais foram os fatores que mais contribuíram para essa situação.

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve redução de 2,2 pontos percentuais, passando de 24,6%, no bimestre maio/junho, para 22,4% no atual período. As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais os homens (23,8%) e os consumidores do estrato com idade entre 25 e 34 anos (25,0%).

O tempo médio de atraso é de 74 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 48,9% dos entrevistados. O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 43,3% das respostas, seguido da contestação das obrigações (8,4%) e da perda de prazo por esquecimento (7,7%).

Comprometimento da renda

Em Fortaleza, o consumidor destina, em média, 42,8% da renda familiar para pagar dívidas, um aumento de 1,8 pontos percentuais em relação ao bimestre anterior (41,0%), porém menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (43,7%). Apesar do crescimento no bimestre, há uma tendência contínua de redução do comprometimento da renda, seguindo o ritmo de recuperação da atividade econômica.

Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 78,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,4%; empréstimos pessoais, com 8,2%; carnês e crediários, com 2,6%; e cheque especial, com 1,5%.

A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (64,1%), a cobertura de despesas de saúde (26,4%), a aquisição de itens de vestuário (24,5%) e o pagamento de aluguel residencial (22,5%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.723, com prazo médio de oito meses.

Inadimplência potencial

A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve queda de 1,8 ponto percentual, atingindo o patamar de 10,3% no bimestre julho/agosto. O índice atingiu o seu nível mais baixo desde janeiro de 2022, sugerindo uma tendência de queda da variável.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo masculino (inadimplência potencial de 11,8%), do grupo com idade entre 25 e 34 anos (12,0%) e do estrato com renda familiar mensal acima de dez salários-mínimos (20,4%).

Orçamento familiar

A pesquisa ainda revela que 76,4% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 12,5% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 11,0% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para a problemática do endividamento, listam-se:

  • A falta de orçamento e controle dos gastos, com 53,0% das respostas;
  • O aumento dos gastos considerados essenciais, com 25,1%;
  • Redução dos rendimentos, com 17,7%;
  • As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 17,3%;
  • Gastos imprevistos, com 15,8%; e
  • Desemprego, com 13,1%.