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Endividamento tem leve queda em Fortaleza, aponta Fecomércio-CE

Maioria dos consumidores ainda compromete grande parte da renda com dívidas; cartão de crédito segue como principal vilão

O percentual de famílias endividadas teve uma leve redução em maio de 2025, passando de 71,4% em abril para 70,6%. Os dados são da edição de maio da Pesquisa de Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pela Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), e revelam leve tendência de queda, já que se situava no patamar de 74,0% no mesmo mês do ano passado, mas permanece em patamar considerado elevado, ainda exercendo pressão sobre os orçamentos familiares.

O estudo aponta que o perfil predominante do consumidor endividado é composto por mulheres (70,7%), pessoas com idade entre 25 e 34 anos (79,3%) e famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos (71,2%).

Por outro lado, o índice de inadimplência – consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso,– registrou aumento de 5 pontos percentuais, saltando de 18,6% em abril para 23,6% em maio. O dado, embora ainda levemente abaixo do mesmo período de 2024 (23,9%), acende um alerta para o risco crescente de descontrole financeiro.
Entre os inadimplentes, o perfil mais comum é novamente feminino (24,9%), com idade acima de 35 anos (25,9%) e renda familiar de até cinco salários mínimos (24,3%). O prazo médio de atraso nas dívidas é de 63 dias.

Despesas básicas lideram origem das dívidas
A pesquisa mostra que os principais motivos para o endividamento continuam sendo os gastos do dia a dia. A compra de alimentos a prazo foi citada por 62,9% dos entrevistados, seguida de despesas com saúde (27,5%), pagamento de aluguel (26,0%) e aquisição de vestuário (23,3%).O comprometimento médio da renda familiar com dívidas caiu de 45,2% em abril para 43,7% em maio, enquanto o valor médio das dívidas chega a R$ 1.849, com prazo de oito meses para quitação.

Entre os instrumentos de crédito, o cartão continua sendo o mais utilizado, apontado por 79,4% dos consumidores, seguido por empréstimos pessoais (15,2%), financiamentos bancários (14,5%) e carnês/crediários (5,2%).

Planejamento financeiro ainda é desafio
Apesar de 71,8% dos entrevistados afirmarem que fazem orçamento mensal com acompanhamento dos gastos, 12,8% ainda não realizam qualquer tipo de controle financeiro. As principais causas apontadas para o desequilíbrio das contas incluem: falta de orçamento e controle de gastos (64,5%); aumento dos gastos essenciais (28,8%); compras por impulso (16,5%); gastos imprevistos (15,4%); redução dos rendimentos (12,4%); desemprego (10,0%).