Por ascomsesc, 17/07/25 - 14:01
O índice de consumidores endividados em Fortaleza apresentou queda em julho, segundo dados da Pesquisa de Endividamento do Consumidor, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio Ceará. O levantamento revela que 65,6% dos consumidores da capital cearense declararam ter algum tipo de dívida, uma redução de 6,1 pontos percentuais em relação a junho (71,7%) e inferior também ao registrado no mesmo período do ano passado (74,8%).
A tendência de redução do endividamento tem sido observada desde novembro de 2024. Apesar disso, o estudo mostra que a inadimplência, ou seja, o percentual de pessoas com contas em atraso, teve um leve crescimento de 20,7% em junho para 22,6% em julho, acima também do percentual de julho de 2024 (21,0%).
A diretora institucional da Fecomércio, Cláudia Brilhante, ressalta que a redução no endividamento aponta para um cenário positivo para o comércio e serviços neste mês de férias. “Isso demonstra que o consumidor está mais atento e organizado, buscando renegociar suas dívidas com credores, uma alternativa eficaz para evitar a inadimplência e recuperar o equilíbrio financeiro”, afirmou.
Cláudia orienta os consumidores a adotarem práticas de educação financeira, como elaborar um planejamento detalhado, evitar o uso do cartão de crédito para despesas básicas, priorizar o pagamento de dívidas com juros altos e manter uma reserva de emergência.
Quem são os mais endividados
O perfil dos consumidores endividados continua apresentando predominância de mulheres (66,5%), pessoas entre 25 e 34 anos (71,1%) e da faixa de renda de até três salários-mínimos (66,3%). Já entre os inadimplentes, destacam-se os homens (23,0%), pessoas acima dos 35 anos (24,8%) e consumidores com renda mensal de até três salários (24,4%).
O tempo médio de atraso no pagamento é de 74 dias, sendo o desequilíbrio financeiro (52,1%) e o redirecionamento de recursos para outros fins (45,7%) as principais causas da inadimplência.
Comprometimento da renda e principais dívidas
Atualmente, os consumidores comprometem em média 44,1% da renda mensal com o pagamento de dívidas. O valor médio das dívidas é de R$ 1.926, com prazo médio de pagamento de oito meses. Os principais instrumentos de crédito utilizados são o cartão de crédito (78,7%), financiamento bancário (16,4%), empréstimos pessoais (11,8%) e carnês/crediários (5,1%).
Entre os motivos do endividamento, destacam-se a compra de alimentos a prazo (58,1%), despesas com saúde (27,5%), vestuário (26,5%) e pagamento de aluguel (23,8%).
Inadimplência potencial e orçamento
A taxa de inadimplência potencial, que mede os consumidores com dificuldades financeiras para quitar dívidas, ficou em 11,8%, maior que em junho (10,1%) e superior a julho do ano passado (10,0%).
A pesquisa mostra ainda que 76,6% dos consumidores afirmam elaborar e acompanhar um orçamento mensal. Entretanto, 23,3% revelam ter falhas no planejamento financeiro, o que contribui para o desequilíbrio nas contas. Os principais fatores apontados para esse desequilíbrio são a falta de orçamento e controle (52,1%), aumento de despesas essenciais (29,9%) e compras por impulso (24,3%).