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Lavida: Um museu vivo onde natureza e cultura se encontram

Por Ascom, 26/09/25 - 18:42

Destaque

Lavida – Museu de Agricultura Familiar da Chapada do Araripe

No alto da Chapada do Araripe, em Santana do Cariri, o som das abelhas se entrelaça com o vento que atravessa o sertão. É nesse cenário que nasce o Lavida, o primeiro Museu Orgânico da Agricultura Familiar, uma iniciativa que transforma um modo de vida em patrimônio, e uma propriedade rural em território de memória e saber

 

Onde tudo começou

A história se inicia em 1995, quando Damiana, matriarca da família, começou a ouvir atentamente a natureza ao redor. Nesse diálogo silencioso, a produção de mel ganhou protagonismo. A transição
do monocultivo da mandioca para um sistema mais diverso e sustentável abriu caminhos para uma relação profunda com a terra, de cuidado, regeneração e continuidade.

Damiana fala com orgulho sobre a valorização oficial como “museu orgânico”: “Hoje sentimos que nossa trajetória é reconhecida. A forma como cultivamos os alimentos de maneira sustentável, aliada à segurança alimentar e nutricional, nos proporciona qualidade de vida. Para nós, isso não tem preço,
tem significado. O museu chega para enaltecer tudo o que fazemos. O museu chega para cumprir a missão de levar nossa história adiante, de tocar pessoas que ainda não nos conhecem e permitir que se encantem, se inspirem e vivam, mesmo que por um instante, a imersão de uma vida dedicada à terra, à família e à memória que construímos”.

 

Território de partilha

Focado em agricultura familiar e agroecologia, o Lavida oferece diversas atividades. São visitas técnicas, rodas de conversa, experiências imersivas e produção de mel agroecológico. Além disso,
o museu funciona como um espaço de acolhimento, promovendo o turismo rural e oferecendo refeições com ingredientes locais.

E para Laís, filha de Damiana, a valorização mais profunda vem da própria comunidade: “O turista e o visitante são importantes, pois trazem visibilidade e apreciam nosso trabalho. Mas o que nos fortalece de verdade vem das pessoas do nosso entorno, que acompanham nossa trajetória de perto. Isso reforça nosso propósito de cuidar da Chapada do Araripe e da Floresta Nacional. Este é um espaço nosso, dentro do território, que fortalece o turismo de base comunitária. Que o museu seja, acima de tudo, um lugar de pertencimento, onde cada pessoa possa sentir a história, a vida e o cuidado que dedicamos à terra. E essa valorização é ainda maior quando vem de dentro, de quem sabe, de verdade, quem somos”.