A Câmara das Energias da Fecomércio Ceará promoveu, nesta sexta-feira (21), um debate sobre eletromobilidade, com ênfase no atual cenário e nas perspectivas para o estado dentro do contexto nacional e internacional. O encontro destacou o crescimento expressivo das vendas de veículos eletrificados no Brasil e no Ceará, refletindo uma tendência global de adoção dos carros elétricos. Entre 2023 e 2024, esse mercado registrou um aumento de 160%, reforçando a necessidade de ampliação da infraestrutura de abastecimento e assistência técnica especializada.

Durante o evento, foram discutidos desafios e oportunidades da eletromobilidade, incluindo a implantação de carregadores ultrarrápidos, a expansão dos pontos de abastecimento e o impacto no sistema de distribuição de eletricidade. A diversidade de locais para instalação dos carregadores foi um dos temas centrais, abrangendo postos de combustível, shoppings, supermercados, estacionamentos, restaurantes, edifícios comerciais, hotéis, clínicas médicas, quadras esportivas e entidades empresariais e públicas. Além disso, aspectos regulatórios, custos de equipamentos e estimativas de receita também foram abordados, evidenciando o potencial de crescimento desse setor no Brasil.

Entre os palestrantes, Fernando Ximenes, empresário e produtor de carregadores ultrarrápidos, destacou a expansão da infraestrutura de recarga, abordando o avanço tecnológico e o papel do Brasil na liderança das energias renováveis. Vicente Ferreira, diretor do Sindipostos, reforçou a necessidade de ampliar a infraestrutura de recarga, principalmente no interior do país, e apresentou propostas para viabilizar comercialmente esse modelo.

Participando de forma virtual, o gestor da Enel Ceará, Tarciso Costa, ressaltou os desafios da interligação elétrica entre estados e a importância de estabelecer rotas de recarga em regiões estratégicas, como Cariri, Guaramiranga e Jericoacoara, evidenciando a interseção entre turismo e eletromobilidade. Já Daniel Carvalho, empresário da DCC Energy, enfatizou a necessidade de regulamentação para a criação de vagas exclusivas de recarga e o desenvolvimento de rotas turísticas para veículos elétricos.

Por fim, Ricardo Vidinish, consultor e ex-gestor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), alertou sobre a alta regulação do setor elétrico, os investimentos necessários e a possibilidade de comercialização de energia excedente pelos eletropostos.