Fecomércio Ceará Fecomércio Ceará

Pesquisa IPDC. Inadimplência cai em abril entre consumidores de Fortaleza

A taxa de inadimplência potencial dos consumidores de Fortaleza, ou seja, a proporção de consumidores que enfrentarão dificuldades financeiras para cumprir suas obrigações, apresentou uma queda de 0,5 pontos percentuais, pontuando 9,7% em abril de 2025. A baixa é em relação ao mês anterior, março (10,2%). O índice de abril também ficou menor em comparação ao mesmo mês do ano passado (11,9%).

Os dados são da Pesquisa do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pela Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC).

O perfil do consumidor em situação de inadimplência revela preponderância do grupo do sexo feminino, com taxa de 10,2%, com idade acima de 35 anos (11,2%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários-mínimos, que apresenta uma taxa de 10,2%.

Endividamento em recuperação

O estudo aponta ainda que 71,4% dos residentes da Capital estão endividados, o que representa um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação a março, quando o índice era de 67,9%. Apesar do aumento, o índice mantém sua tendência de queda, com melhoria nos indicadores da qualidade do crédito, indicando um cenário de recuperação do orçamento do consumidor.

O perfil do consumidor endividado mostra predomínio do grupo do sexo feminino, com 71,9% de taxa de endividamento, do estrato com idade entre 25 e 34 anos (81,6%) e da classe com renda mensal de até cinco salários-mínimos (72,2%).

Com relação ao índice de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso, houve redução de 0,4 pontos percentuais, com o índice passando de 19,0%, em março, para 18,6% em abril. Este indicador é inferior ao verificado no mesmo mês do ano passado, quando foi medido em 24,2%.

O perfil do consumidor com contas em atraso mostra preponderância do grupo do sexo masculino (20,1%), com idade acima dos 35 anos (21,2%) e renda familiar mensal de até cinco salários-mínimos (19,3%).

O prazo médio de atraso é de 74 dias e as principais razões para o não pagamento de dívidas são o desequilíbrio financeiro, citado por 53,0% dos entrevistados, seguido do adiamento do pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades (42,0%), da perda de prazo por esquecimento (14,1%) e da contestação da dívida (4,1%).

Comprometimento da renda

Em Fortaleza, os consumidores destinam, em média, 45,2% da renda familiar para pagar dívidas, resultado 1,3 pontos percentuais acima do verificado em março (43,9%). O endividamento médio é de R$ 1.798 com prazo médio de oito meses para o seu vencimento total.

Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 80,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 16,9%; empréstimos pessoais, com 10,7% e carnês e crediários, com 4,9%.

Os resultados da pesquisa revelam que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento, destacando-se a compra de alimentos a prazo, mencionada por 62,6% dos entrevistados. Além disso, são citadas a cobertura de custos de saúde (26,2%), pagamento de aluguel residencial (24,8%) e aquisição de itens de vestuário (23,9%) colaborando para o aumento das dívidas pessoais.

Orçamento familiar

A pesquisa ainda revela que 74,3% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para uma melhor gestão dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,4% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 12,3% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A fragilidade no planejamento financeiro é um dos principais problemas para controlar o endividamento e frequentemente leva a atrasos ou inadimplência. Entre os motivos mais citados pelos consumidores para o desequilíbrio financeiro, estão:

  • A falta de orçamento e controle dos gastos, com 65,4% das respostas;
  • As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 21,3%;
  • O aumento dos gastos considerados essenciais, com 15,7%;
  • Gastos imprevistos, com 13,7%;
  • Desemprego, com 11,0%;
  • Compras antecipadas, com 10,9%; e
  • Redução dos rendimentos, com 10,4%.

A pesquisa demonstra a importância de um controle rigoroso sobre o orçamento doméstico, especialmente porque a falta de planejamento e o consumo por impulso são citados por uma parcela significativa dos entrevistados como principais responsáveis pelo desequilíbrio financeiro.