Em novembro, o volume de receitas do setor de serviços recuou 6,3% em relação ao mesmo mês de 2014, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada hoje (14/01) pelo IBGE. Essa foi a maior queda nessa base comparativa desde o início da pesquisa e a oitava seguida em 2015, o que arrastará o setor para sua primeira queda anual em 2015.
A intensificação da queda em novembro adveio da inflação no setor, que se mantém em patamar elevado, especialmente nos serviços administrativos e nos transportes. “O setor de serviços acumula desde janeiro deste ano queda de 3,4% e deverá, inevitavelmente, registrar sua primeira retração anual no volume de receitas ao final de 2015”, destaca Izis Ferreira, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A economista destaca, ainda, que a redução na atividade industrial tem impactado em quedas maiores no volume de receita dos serviços de transportes e armazenagem. Além disso, a intensificação do desempenho ruim nos serviços administrativos, que obteve a segunda maior taxa negativa no mês, pressupõe o fechamento de mais postos de trabalho no setor, que é bastante intensivo em mão de obra. “O resultado ruim do setor de serviços é um alerta para o mercado de trabalho, que deverá sofrer impacto significativo e aumentar os indicadores de desemprego”, aponta Izis.
De 2012 a 2014, a receita real do setor variou +4,3%, +4,1% e 2,5%, respectivamente. As cinco regiões pesquisadas acumularam quedas ano passado, com destaque para o Nordeste (-5,1%). Das 27 unidades da Federação, apenas duas ainda registram avanço real de receita no setor do acumulado do ano. A série divulgada pelo IBGE em agosto teve início em janeiro de 2012 e não conta com ajustes sazonais. Os serviços de educação, saúde e financeiros não são pesquisados. Ainda assim, os demais subsetores respondem por 36,5% de todo o valor adicionado bruto gerado pela economia e por 34,6% do pessoal ocupado no País. De acordo com dados das Contas nacionais, no PIB de 2014, o setor terciário respondeu por 60,7% do valor adicionado a preços básicos.
Fonte – Site CNC