Por Ascom, 23/09/25 - 13:56
A Pesquisa do Endividamento do Consumidor em Fortaleza do mês de setembro, aponta que 68,7% dos residentes da Capital estão endividados, o que representa redução de 4,3 pontos percentuais em relação a agosto, quando o índice era de 73,0%. O indicador também veio abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado (75,1%), mantendo a tendência de queda iniciada no último novembro.
O levantamento é realizado pela Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), e destaca ainda que o perfil do consumidor endividado mostra predomínio do grupo do sexo masculino, com 69,3% de taxa de endividamento, do estrato com idade entre 25 e 34 anos (77,7%) e da classe com renda mensal entre três e sete salários-mínimos (69,6%).
Com relação ao índice de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso, registrou-se um acréscimo moderado de 0,4 ponto percentual, passando de 20,6% em agosto para 21,0% em setembro. Ao contrário do endividamento total, que vem sinalizando retração, a taxa de inadimplência permanece mais resistente, ainda próxima ao patamar observado no mesmo período do ano anterior (21,3%).
O perfil do consumidor com contas em atraso mostra preponderância do grupo do sexo masculino (22,2%), com idade entre os 25 e 34 anos (24,6%) e renda familiar mensal de até três salários-mínimos (21,8%).
O prazo médio de atraso é de 72 dias e as principais razões para o não pagamento de dívidas são o desequilíbrio financeiro, citado por 47,4% dos entrevistados, seguido do adiamento do pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades (45,2%), pela contestação da dívida (11,4%) e da perda de prazo por esquecimento (1,9%).
Comprometimento da renda
Em Fortaleza, os consumidores destinam, em média, 38,1% da renda familiar para pagar dívidas, resultado 6,1 pontos percentuais abaixo do verificado em agosto (44,2%). O endividamento médio é de R$ 1.831 com prazo médio de oito meses para o seu vencimento total.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 77,0% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 16,7%; os empréstimos pessoais, com 9,0% e carnês e crediários, com 4,1%.
Os resultados da pesquisa revelam que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento, destacando-se a compra de alimentos a prazo, mencionada por 57,7% dos entrevistados. Além disso, são citadas a aquisição de itens de vestuário (26,6%), o pagamento de aluguel residencial (24,3%) e a cobertura de tratamentos de saúde (22,1%).
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, que indica a proporção de consumidores que enfrentarão dificuldades financeiras quitar suas dívidas, é de 9,3%, com queda de 0,9 pontos percentuais com relação a agosto (10,2%) e abaixo do verificado em setembro do ano passado (12,6%).
O perfil do consumidor em situação de inadimplência revela preponderância do grupo do sexo masculino, com taxa de 10,9%, com idade acima dos 35 anos (10,5%) e do estrato com renda familiar inferior a três salários-mínimos, que apresenta uma taxa de 9,9%.
Segundo Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio Ceará, apesar do índice de inadimplência não ter tido uma queda significativa, os resultados de setembro mostram que o endividamento em Fortaleza vem sofrendo uma redução, o que é algo positivo, principalmente para o final do ano. “Acredito que essa redução está abrindo espaço para um consumo mais equilibrado nos próximos meses, evidenciando uma melhora gradual no poder de compra dos consumidores de Fortaleza”, avalia.
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 73,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para uma melhor gestão dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,6% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 12,4% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A fragilidade no planejamento financeiro é um dos principais problemas para controlar o endividamento e frequentemente leva a atrasos ou inadimplência. Entre os motivos mais citados pelos consumidores para o desequilíbrio financeiro, estão: